Os anos 90 foram uma época extremamente frutífera na música. Enquanto imperava o Grunge, o Rock Alternativo, o Rap, surgiram os ingleses do Portishead. Fazendo um som novo, extremamente atmosférico, foi um dos bastiões do chamado “Trip Hop” (juntamente com o Massive Attack). Seu disco de estreia, “Dummy” (1994), é um dos álbuns definitivos da década, e o maior do estilo.

A magnífica abertura “Mysterons” já dita a tônica do álbum. Lotada de Samples, com um loop intrigante, além da belíssima voz de Beth Gibbons., criando, magistralmente, climas.
A “melancolia aconchegante” do álbum nos hipnotiza de uma maneira brilhante. A acertada produção de Geoff Barrow e Adrian Utley faz de cada canção uma viagem, como em “Sour Times”, ou no beat pesado, intercalado por uma discreta (mas essencial) guitarra e o canto angelical de Beth de “Strangers”.

O “Fender Rhode”s impera em boa parte do álbum, dando-o um toque sofisticado, numa simbiose perfeita com os (maravilhosos) samples (exemplificado em “Roads”). Como não se emocionar com “It’s a Fire”, ou contemplar o poderoso groove (lotado de scratches) de Numb?
Mas o mais icônico fica para o final. A faixa de encerramento “Glory Box”, é o maior sucesso da banda. Desde o imenso groove (com samples do mestre Isaac Hayes), até o descendente dedilhado da guitarra no refrão, são 5 minutos de pura alquimia sonora.
25 anos apos seu lançamento, “Dummy” segue encantando e influenciando gerações de músicos. Sua aura inimitável passou pelo teste do tempo e tornou-se um dos estandartes da década de 90. O disco tem toda uma aura, criando um universo em si mesmo. E, acredite em mim, você não vai querer sair dele tão cedo!
