Quando pensamos no conceito de “Baterista Superstar”, aquele que se destaca por sua proeza no instrumento, não podemos deixar de citar Ginger Baker, que foi o primeiro deles, e um dos arquitetos da bateria do Rock.

Desde jovem já se destacava por seu estilo, Jazzístico, mas com todo o poder e a energia do Rock ‘N’ Roll. Logo, se juntou ao “Graham Bond Organization”, um furioso grupo de R&B (que já contava com seu futuro companheiro de banda, o baixista Jack Bruce). No fantástico disco “The Sound Of ’65”, vemos o grupo em ação, com um som ácido, influenciando boa parte da cena Blues inglesa. Aqui Ginger, com finesse e licks nunca antes vistos, já mostra suas cartas.
Após a debandada de Ginger e Jack Bruce do grupo, eles formam o que provavelmente é o primeiro “supergrupo” da história do Rock, o Cream, juntamente com Eric Clapton (A.k.a God). Com uma das discografias mais legendárias da história, o Blues Rock do Cream ressoa até hoje. Assim como a bateria de Baker, com bumbo duplo (o que Louie Bellson foi para o Jazz, ele foi para o Rock), estilo percussivo (influenciado pela música africana) e técnico, além de seus gigantes (e incomuns, época) solos de bateria.

Após o fim do Cream, emendou projetos. Desde o (outro maravilhoso supergrupo) Blind Faith, com seu já parceiro Eric Clapton (embora que por insistência de Baker), Baker Gurvitz Army (com os irmãos Adrian e Paul Gurvitz), e especialmente sua banda de Jazz-Rock “Ginger Baker’s Air Force”, que, em seu primeiro disco, gravado ao vivo no Royal Albert Hall, contava com um line-up de gala. Steve Winwood, Denny Layne e Graham Bond, todos juntos, extravasando toda a influência africana. Tão grande foi essa influência que, num ato visionário, Ginger abriu um estúdio na Nigèria, terra do gênio do Afrobeat Fela Kuti, com quem gravou o álbum “Live” (1971), além de algumas participações em sua prolífera carreira solo.
Já nos anos 2000, se reuniu com o Cream, para três shows no majestoso Royal Albert Hall. Numa das performances mais maduras do grupo, fecharam com chave de ouro sua história (que acabou em definitivo com a morte de Jack Bruce). Entretanto, Baker nunca para, e continua lançando discos, contemplando suas origens no jazz (como “Why?” de 2014).
Com seus 80 anos, Ginger Baker fez história em seu instrumento e em toda a música. Participando de alguns dos grupos mais seminais de sua época, e com um estilo único (e que influenciou todos os grandes bateristas posteriormente), ele merece todas as homenagens. Então, que rufem os tambores!

Alguns discos comentados: