Woodstock: Dia 2 – Psicodelia e Rock ‘N’ Roll.

Lama, poças d’água, uma horda de gente. Era o que se via no início segundo dia de Woodstock. Após os diversos problemas logísticos, com atrasos, falhas técnicas, muita chuva e um descontrole total na entrada do público (fazendo com que o evento se tornasse gratuito), o clima estava, embora caótico, “Peace and Love”.

A primeira banda a subir no palco foi a obscura “Quill”. Em seguida, Country Joe McDonald (que ainda se apresentaria com o Country Joe And The Fish) entrou de maneira improvisada, para cobrir o atraso de Santana, que ainda não estava pronto para tocar. Aqui, temos um dos momentos mais marcantes (e despretensiosos) do festival, onde Joe, antes da performance do hino anti-guerra “I-Feel-Like-I’m-Fixin’-To-Die Rag”, coordenou a platéia para recitar a palavra FUCK (“Gimme an F, Gimme an U…). Poucas coisas retratam tanto o espírito de uma época!

Mas, depois dese atraso, o Santana finalmente entrou em cena. A trupe de Carlos Santana era, até então, pouquíssimo conhecida, e esse show os lançou para a fama. Bem, não fizeram pouco. Numa das performances mais explosivas de todo o festival, a banda, afiadíssima, fez um show memorável (e movido a ácido lisérgico), destaque para a arrebatadora performance de “Soul Sacrifice”, com um solo antológico do baterista Michael Shrieve. Após o show do cantor/compositor John Sebastian (membro original do “The Lovin’ Spoonful”), a psicodelia voltou a imperar, com Keef Hartley Band e The Incredible String Band.

No início da noite, o Canned Heat entrou no palco. Num show fantástico e cheio de “Boogie”, mostraram sua faceta mais Bluesy. Foram seguidos pelo Mountain, em seu terceiro (!) show oficial, antes mesmo de lançar seu primeiro disco. Existem poucos registros desse show, mas com Leslie West não tem erro!

O Grateful Dead fez um show, digamos, esquisito, fortemente interrompido por problemas técnicos (inclusive choques elétricos, devido à chuva). Logo após, o Creedence Clearwater Revival (no auge!) entrou em cena. Num set curto, de uma hora, desfilou, impiedosamente, hit atrás de hit. A performance acabou ficando esquecida (não aparecendo no documentário de mesmo nome), mas foi recentemente lançada por completo.

Já na madrugada, aconteceram shows que, devido a diversos atrasos acabaram nesse horário, e tornaram-se ainda mais icônicos devido a esse fato. Janis Joplin se apresentou com sua banda “Kozmic Blues Band”, com, como é de costume, uma performance extraordinária. Em seguida, aconteceu um dos mais importantes fatos do festival, o Sly & The Family Stone. Apontando para o futuro com seu Soul totalmente psicodélico, fora uma das “surpresas” de Woodstock. Que showman é Sly Stone!

No fim da madrugada/princípio da manhã, o The Who subiu ao palco. Como descrever um show do The Who? Avassalador, retumbante, poderoso e tudo mais. Com um Setlist baseado em “Tommy” (1969), realizaram uma apresentação explosiva (embora os próprios membros da banda não sejam grandes fãs da performance). Who em seu melhor! E, já durante a manhã, fechando a “noite”, veio o Jefferson Airplane. Numa aura que combinava perfeitamente com o clima, lisérgico, viajante, fez um grande show.

Woodstock havia sobrevivido a mais um dia de festival. Com alguns de seus momentos mais antológicos, o segundo dia consolidou a importância do mesmo. Entretanto, os problemas na organização provaram-se de proporções ainda maiores. Mas, no próximo post continuaremos essa grande história!

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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