Há exatos 50 anos, o evento mais icônico da história da música dava as caras. O emblemático e histórico Woodstock. A partir de hoje, faremos um especial aqui no Entre Acordes, vamos passar um resumo diário do que aconteceu nesses 4 dias que mudaram a história da música, e convidamos você a nos acompanhar nessa viajem até 1969!
De fato, nas décadas de 50 e 60, vários festivais já rolavam. O clássico Newport Jazz/Folk Festival, o grande Monterrey Pop Festival e outros já desenvolveram de certa forma um alicerce para que projetos de escalas maiores pudessem ocorrer no futuro. Mas convenhamos, nenhum desses seria capaz de proporcionar parâmetro e organização para um do nível de Woodstock.
Vale-se analisar o contexto social da época, nessa segunda metade da década de 60, o movimento da contracultura, o flower power, a psicodelia e os hippies estavam no seu ápice, então um festival de música, de certa forma resgata um senso de comunidade e união. O slogan do evento era ”3 dias de paz e música”. Mas sabemos que nem tudo que cercava o festival remeteu a paz.
O evento foi idealizado por Michael Lang, Artie Kornfeld, Joel Rosenman e John P. Roberts. Á princípio ele seria realizado na cidade de Woodstock, porém foi transferido para Bethel, lá um fazendeiro chamado Max Yasgur, cedeu gratuitamente sua fazenda para que o festival acontecesse.
Os problemas iniciais ocorreram dias antes o evento começar, todas as estradas que ligavam á area estavam completamente congestionadas e para completar, chuvas resultaram em muita lama nas vias. Como os caminhos pelo solo estavam fora de questão, a única opção viável para os artistas chegarem ao local á tempo seria por meio de helicópteros. A pequena cidade de Bethel não estava preparada para receber tantas pessoas, logo os mantimentos, saneamento adequado e espaço ficariam escassos. Oque seria um grande problema se tratando da quantidade de pessoas que estavam por vir.
Os preços á princípio custavam 6 dólares por dia e 18 dólares (antecipado) para os 3 dias, se a pessoa deixasse para comprar na hora, os 3 dias custariam 24 dólares. Claro que esse foi o preço até as grades e limitações do evento serem derrubadas e a cobrança se tornar impossível de ser controlada pela quantidade de pessoas que chegavam a todo momento.
Apesar dos Beatles e Rolling Stones não terem aceitado tocar no evento, Paul Mccartney e Brian Jones foram 2 dos resposáveis pela curadoria dos artistas que iriam compor o Line Up de todos os dias, que teria como esqueleto boa parte dos que tocaram em Monterrey dois anos antes. Creedence Clearwater Revival que estava no auge, foi a primeira banda a aceitar o convite para compor o evento, após seu anúncio, vários outros nomes de peso se mostraram interessados a participar da festa.
Então os escolhidos para compor o Line Up de estréia do festival no dia 15 de Agosto de 1969 foram:
- Richie Havens;
- Sweetwater;
- Bert Sommer;
- Tim Hardin;
- Ravi Shankar;
- Melania;
- Arlo Guthrie;
- Joan Baez;
A banda Sweetwater que deveria abrir, foi parada pela polícia á caminho do festival e problemas técnicos no palco estavam atrasando o início de tudo, foi então que os organizadores decidiram colocar Richie Havens com seu violão o mais rápido possível no palco e fechar um Line Up mais acústico. Ravi Shankar e Melania encararam fazer suas apresentações debaixo de chuva e Joan Abaez fez o show mesmo com uma gravidez de 6 meses.
O caos e a desorganização do primeiro dia já dava indícios do perrengue que os envolvidos enfrentariam em prol da música, muita coisa estava para acontecer e no próximo post a gente continua essa história!