Hoje, um grande disco de Paul McCartney, “Flowers In The Dirt”, completa 30 anos.
Após uma década de 80 pouquíssimo inspirada, onde lançou alguns discos muito fracos, Paul estava decidido a retomar a qualidade de seus trabalhos, se reunindo com um time incrível de músicos/produtores, entre eles, Elvis Costello (com quem compôs boa parte das canções).

Se nos discos anteriores faltava a ele inspiração, ao ouvirmos o acachapante início com “My Brave Face”, percebemos que ela já voltou. É uma composição maravilhosa, onde Paul mostra sua maestria em fazer canções pop, além de ter uma linha de baixo sensacional.
Em seguida vem “Rough Ride” com uma sonoridade mais eletrônica, dançante e cheia de groove, característica da virada dos anos 80/90.
Então, temos mais uma das pérolas pop do álbum, a balada “You Want Her Too”, com a participação de Elvis Costello. Destaco a sutil linha de guitarra, que dá um charme especial à canção. A melodia, bem, estamos falando de Paul McCartney!
“Distractions” é outro ponto altíssimo do disco, tendo um toque de música latina (especialmente devido à percussão). O arranjo de cordas é um show à parte, e o violão é de uma finesse (e simplicidade) incrível.
Uma excelente sequência se encerra com “We Got Married”, que conta com o “auxílio luxuoso” de ninguém mais ninguém menos que David Gilmour (já percebemos que se trata de Gilmour ao ouvirmos as primeiras notas da guitarra).
“Put It There” é uma singela e curta canção, acústica e muito bonita, como muitas na discografia de Paul.
“Figure Of Eight” volta à sonoridade mais pop oitentista do início do álbum, recheada de teclados e com um refrão marcante. A guitarra, lotada de “Chorus”, é o “ponto-chave” da música.
“This One”, mais uma demonstração da maestria de Paul em fazer o simples, com poucos acordes e melodias belíssima (especialmente na “ponte”).
“Don´t Be Careless Love”, com uma harmonia vocal maravilhosa em sua introdução (muita influenciada pela Soul Music), que se desenvolve numa música inventiva, que nos leva a caminhos, muitas vezes, inesperados.
“That Day Is Done” traz mais uma pitada de Soul Music, sendo guiada pelo lindíssimo piano.
“How Many People” mostra Paul surfando em uma das ondas da época, o Reggae (com uma sonoridade bem eletrônica). Isto posto, ele surfa muito bem, de maneira divertida, numa boa faixa.
A última faixa, “Motor Of Love” nos lembra que estamos ouvindo um disco dos anos 80. Recheada de teclados e efeitos, é uma balada excelente, com um grudento refrão.
Esse disco, ao meu ver, representa a volta de Paul à boa e velha forma. Aqui, ele encontrou o equilíbrio entre o som dos anos 80 e sua maestria como compositor. Clássico!
